O Mundo da Márcia Colaço

Quem me dera ser diferente. Quem me dera nunca ter sentido estes ataques de ansiedade e de pânico. Quem me dera não chorar tanto. Que nunca ter passado por isto na vida. Quem me dera estar livre desta depressão que me leva à loucura. Quem me dera não ter uma dor de cabeça capaz de me arrebentar uma veia. Uma simples veia. Quem me dera nunca esperar por isto. Que nunca ter esperado por isto. Que isto me tenha tomado o meu controlo. O meu próprio controlo. Controlo da minha própria vida. Quem me dera poder saber como isto vai terminar. E se vai terminar. Se alguma vez vai terminar. Quem me dera não puder sofrer assim. Quem me dera poder olhar para os lados sem sofrer. E sem chorar. Sem remorsos. Quem me dera poder voltar a sorrir como uma criança sem preocupação em cima dela. Sem nada. Simplesmente sorrir. Quem me dera voltar a ter motivação todos os dias. Partilhá-la com aqueles que merecem. Quem me dera nunca parar de perceber desta presença que me incomoda tanto. Que r...

O meu cérebro parece que tem umas enormes dunas de areia que me façam viajar pelo mundo. Pensamentos através de pensamentos. O meu cérebro não para. Nunca. E é isso que mais admiro no meu cérebro. Cheio de histórias. Cheio de remorsos. Cheio de modo a arrebentar uma veia. Todas as dunas do meu cérebro quer retirar algo para o papel e nem sempre isso acontece, provocando uma enorme dor de cabeça que nem as outras pessoas possam compreender o seu significado. Isto parece uma prisão de pensamentos que só percorrem o espaço do meu cérebro.  Um espaço a qual cabe muitas ideias. Ideais, perfeitas e desilusões. Simplesmente continuamos a produzi-las. Como nada acontecesse nas veias do meu cérebro. Veias essas que percorrem as dunas do meu cérebro. Dunas essas que são estudadas por poucos e que tentam encontrar uma ou mais respostas. Respostas essas que nunca são descobertas. Todos os meu pensamentos são sagrados, porque eu sei que mais ninguém poderá consegui-lo...